quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Diário de Bordo - O rally é a esperança...o helicóptero um sonho!

Freire Neto – Motores & AÇÃO
motoresnosertoes@digizap.com.br


Nesta quarta-feira (15/08), o Rally dos Sertões começa a desacelerar e os dias passam a ter trechos mais curtos a serem percorridos. Contudo, as histórias não param de acontecer. Deixamos cedo a cidade história e turística de Lençóis, o coração da Chapada Diamantina. Esse é um lugar que precisa ser conhecido, apreciado e desbravado. A partir das 6h30 os competidores seguiram para sétima especial de velocidade do rally em 2007 – rápida e estressante. Muitas retas, e os líderes vivem uma dúvida: acelerar ou poupar? Se acelerar forte, pode quebrar, se poupar, pode perder minutos preciosos. O meio termo é o correto, em tudo na vida. E assim foi.

Para poder conferir a chegada da especial de velocidade, marcada para às 13h no distrito de Caraibinha, em Campo Formoso, saímos por volta das 7h30 para 330Km de deslocamento, passando pela BR-242 e pela Br-407, entre as cidades de Ruy Barbosa, Macajuba, Mairi, Capim Grosso, Ponto Novo, Filadélfia, Antônio Gomes, Campo Formoso, até chegar em Senhor do Bonfim. Em sua grande parte, as estradas estavam esburacadas e repleta de “profissionais autônomos” tapa-buracos – com areia.

No nosso país, praticamente rodoviário, é preciso maior atenção nas rodovias estaduais e federais. E até os acessos e calçamentos de algumas cidades eram precários. Deu vontade de ter acordado mais cedo e ter entrado dentro da especial de velocidade do rally. Seria mais rápido e menos estressante, apesar das estradas de terra, depressões e abismos.

Na chegada do rally, encontramos Zé Hélio. Brasileiro que está com o título entre as motos nas mãos. Cauteloso, concentrado, mas feliz. Zé tem tudo para conquistar o tricampeonato e fazer a festa dos pilotos e todos os brasileiros. Para fazer algumas imagens, andei cerca de 2 Km e ao lado de uma cerca encontrei o multi-campeão Jean Azevedo. Ele saíra da competição e pela primeira vez na carreira, resolveu assistir aos companheiros. Para tudo tem uma estréia. Além de acreditar em Zé Hélio, conversou com alguns moradores da região e discutiu vários assuntos pertinentes ao rally.

Com essa companhia ilustre, observei um lavrador, de apenas 24 anos, que durante a passagem das motos e dos carros não tirava a visão da pista. José Henrique estava atônito e encandeado com aquilo que passava no quintal da sua casa. Para você, o que é o rally? “Esperança, riqueza e a oportunidade de ver cenas incríveis.” Falando bonito e bastante espontâneo, ele não vacilou quando viu o helicóptero da organização se aproximando: “Meu sonho é andar de helicóptero. Espero um dia realiza-lo”. E o futuro? “Bem, só Deus sabe. Mas temos que continuar trabalhando. Não se pode parar. Nunca. E eu, continuarei sonhando e pensando numa vida melhor.” Tristeza, encantamento e esperança estavam estampados no rosto de José Henrique. Mais um fã e apaixonado por rally. Sonhar e batalhar para a realização dos sonhos são fundamentais para viver. Agora, só faltam dois dias par ao fim do Rally dos Sertões, e duas capitais serão o destino dessa caravana do Sertões – repleta de histórias e experiências. Quem faz parte dela, nunca mais será o mesmo. O Rally é esperança e voar de helicóptero é um sonho.

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