Diário de Bordo: Trilha dos ipês a caminho do Tocantins

Fotos: Donizetti Castilho

Rally Internacional dos Sertões – 2007

Quinta-feira – 09 de agosto

Freire Neto – Motores & AÇÃO
motoresnosertoes@digizap.com.br

Foi dada a largada! Por volta das 7h30 da manhã, eu, ao lado dos jornalistas, Marcelo Moreira, Lívia Caixeta e Luciano Kdera, partimos em direção ao final da primeira especial de velocidade em Minaçu/GO. Durante todo o Rally dos Sertões, iremos nos deslocar nos carros pilotados pelo Dr. Luiz Fernando, de Belo Horizonte, e o seu amigo e parceiro Fábio Seixas. Luiz é um cardiologista, apaixonado por off-road, rally e motociclismo. O Rally dos Sertões é um dos momentos mais esperados no ano. “Isso pra ele é férias. Ele quase não tem tempo para nada no dia a dia. Além de administrar um hospital, ainda é presidente de várias associações”, disse o parceiro Fabinho.

E lá fomos nós. Passamos por Anápolis, Santa Tereza, Formoso, Campinaçu, até chegar no final da especial de velocidade. Foram cerca de 500 quilômetros percorridos. No caminho, podemos conhecer um pouco mais do cerrado brasileiro, com muitas variedades de ipê (roxo e amarelo), além da vocação do estado de Goiás para criação de gado e produção de soja. Aliás, os holandeses estão arrendando várias fazendas para produzir grãos. Por volta das 13h, almoçamos em Formoso. Do lado de um posto de gasolina, um restaurante de comida caseira: arroz com pequi, porco assado, carne cozida, e um tempero apimentado, além de galinhada. E um povo bastante educado. “Fazer amizades, aproveitar essas delícias e belezas do interior do nosso Brasil são o que fazem de tão grandioso o Rally dos Sertões. Isso não tem preço”, comentou Dr. Luiz Fernando.

Até chegar em Minaçu, pegamos uma estrada de barro e tivemos a oportunidade de transpor um rio, num cenário paradisíaco. “Só estando aqui para poder desfrutar essa maravilha da natureza”, comentou Fabinho. E assim seguimos, até chegar em Minaçu, numa alegria e integração total. A partir das 16h começaram a chegar as motos, com muitas quebras e desistências. Os primeiros carros cruzaram o final da especial a partir das 19h. Este realmente está prometendo ser o Rally dos Sertões mais difíceis dos últimos tempos. Amanhã seguiremos para o Tocantins.

Trilha sonora do dia, Martinália – filha de Martinho da Vila, com muito partido alto e samba de roda. E no Sertões podemos ter a certeza de como o nosso país é grande e repleto de diferenças e lugares maravilhosos, mas uma coisa é única: um povo acolhedor e muito feliz. E só está apenas começando.

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NO GPS – Para quem curte o geoprocessamento e quiser um dia conhecer o rio Marnhão, a praia do Sol e as belezas de Minaçu, a localização da cidade, situada no extremo de Goiás é: Longitude (S) – 13º27.130’ e Latitude (W): 048º12.846’ .

DUPLA DO BARULHO – Marcelo Moreira, jornalista, e Luciano Kdera, ESPN Brasil, foram uma dupla impossível: OS IMPLACÁVEIS. Impagável os comentários dos dois sobre qualquer assunto e pessoa. Na foto, eles aparecem ao lado do cinegrafista português, que também está cobrindo o rally dos Sertões.

QUBRADEIRA TOTAL – O primeiro dia do rally está sendo bem seletivo. Muita gente enfrentou problemas e teve que abandonar a prova. Vamos ver quantos competidores largam para o segundo trecho até Palmas/TO.

E O ACRE? – Luciano Kadera, vídeo-repórter da ESPN, avisa: “aquele lugar” não é mais o C... do mundo. Agora, “àquela capital” é a B. do mundo, depois de várias reformas, novidades e desenvolvimento provocado pelo secretário extraordinário de esportes, lazer e cultura. Vamos conferir. E “nada é tão ruim que não possa piorar”! Pérolas do KDERA.

SÓ O PÓ – Além de muita pedra, trial, erosões e poeira, até por um rio os competidores do 15º Rally dos Sertões passaram nesta quinta-feira (09/08), navegadores e pilotos estão “só o pó”. “Agora é comer, tomar banho e dormir. Estou quebrado. Em cinco anos de Sertões essa foi a especial mais difícil que já participei”, comentou Cezar Cacau, no box da equipe cearense.

PRIMEIRA VIAGEM - A dupla alagoana Gustavo Xavier (Tatá)/José Luís está estreando bem no Sertões. Sem quebrar e acelerando na medida do possível, os alagoanos estão entre os 20 primeiros e não tiveram problemas com o carro. Apesar de tudo, Tatá afirma que ainda tem muito o que aprender. Na hora de ultrapassar outro competidor ou não ser ultrapassado, antes de mais nada é preciso ser esperto e não vacilar. “Se você for besta, já era.”

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